quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Amanhã estarei mais uma vez na Festa do Avante!

Depois de ouvir José Mário Branco "Canções escollhidas (71/97)" e Luísa Basto "Venceremos", ouço a voz forte de José Carlos Ary dos Santos "As Portas que Abril Abriu"...
Às vezes sinto-me triste porque Portugal sofre ataques cobardes dos governantes e de alguns grupos interessados só no enriquecimento do capital em que cada dia que passa, provocam mais pobreza, menos produção e ameaçam a juventude, os mais velhos, os desempregados.
Mas a única voz presente na denúncia desta situação,que nunca é convenientemente difundida pelos meios de comunicação  nacional, não deixa de estar presente... E nos dias 7,8 e 9 de setembro (começa já amanhã) vai ouvir-se, vai sentir-se, vai viver-se.
Vai viver-se mais uma FESTA DO AVANTE... Uma festa de amizade, de solidariedade e partilha  de ideais. Eu estrei lá, irei trabalhar lá um turno porque a Festa é nossa e somos nós, com a nossa militância, que a construimos e a mantemos... que a fazemos!
Nesta Festa do Avante, onde se reencontram amigos, onde se podem fazer novas amizades, onde há música, teatro, cinema, ciência, comunicações políticas, debates, desporto e tantas, tantas outras iniciativas viveremos três dias diferentes e retemperaremos forças para enfrentarmos as dificuldades que se avizinham, para darmos respostas às novas medidas de austeridade que já começaram a ser divulgadas...
Por isso, vou à Festa do Avante!...
Será também outra forma de fazer sentir que o 25 de Abril está presente na memória de muitos portugueses e muitas portugueses... O 25 de Abril que, embora esteja ameaçado e em retrocesso devido às políticas de direita que se têm desenvolvido ao longo destes últimos 30 anos, nós comunistas não deixaremos acabar, apesar dos ataques sistemáticos que lhe fazem.
E assim, também na Festa do Avante 25 de Abril Sempre, Fascismo, Nunca Mais!

 " (...)
E agora ninguém mais cerra as portas que Abril Abriu."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Solidariedade com os Mineiros das Astúrias e com todos os Trabalhadores

Eu queria escrever sobre as lutas dos Mineiros, e em particular sobre as lutas dos Mineiros das Astúrias que têm uma longa tradição de luta e de resistência...
Mas também queria escrever de forma mais fundamentada. Para isso terei que fazer um estudo de pesquisa e preciso de tempo e, de certa forma, de alguma disponibilidade pessoal para iniciar esse estudo que farei um dia.
No entanto, não consigo deixar passar as últimas notícias sobre o que hoje aconteceu em Madrid...
Estes mineiros, que caminharam 19 dias e estão em greve há 50 dias, só me merecem consideração pela justeza e determinação das posições que tomam perante um governo prepotente.
A carga policial não se admite nunca e como as medidas do governo recaem sempre sobre quem é mais desprotegido, a polícia  atira sempre sobre quem vem desarmado reivindicar os seus direitos e uma vida melhor...
Em Espanha como em Portugal vivem-se momentos difíceis para estes Povos e os governos, de uma forma hipócrita, só se escudam nos compromissos subservientes e nada fazem para que a vida destes Povos seja realmente melhor. Em Portugal nada se faz para acabar com o desemprego que continua a crescer, nada se faz para promover a produtividade nacional com as empresas a fechar, a agricultura e as pescas sempre ameaçadas... Em Espanha e em alguns países da Europa, dos quais destaco a Grécia e a Itália,  as realidades são semelhantes...
As medidas impopulares continuam... mas as lutas agudizam-se como pudemos ver na adesão maciça dos médicos à greve marcada para hoje e que vai continuar amanhã.
E as lutas não são de hoje nem neste governo porque, em Portugal, nos governos anteriores, também enfeudados  ao capitalismo internacional, sobretudo a uma Europa decadente e autoritária, também saliento as enormes lutas, entre outras, dos Professores, nas quais também participei.
Quero deixar aqui um"grito" de solidariedade com todos os Trabalhadores e um apoio especial aos Mineiros Asturianos.
Um dia todos os Povos acordarão e vencerão porque a razão lhes pertence...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Até sempre camarada!

Hoje, como todas as quintas-feiras, fui comprar o "Avante!"
Chego a casa, abro o jornal e a minha respiração, momentaneamente, parou... Não é possível!... Não pode ser verdade!...
Amiga, Camarada Conceição Morais quando te conheci (em 2003?...) parecia que já te conhecia há muito tempo. Foi na primeira reunião nacional do MDM em que participei. Desde logo senti da tua parte uma grande proximidade, apesar de vivermos longe uma da outra. E as vezes em que na Festa do Avante trabalhámos juntas no Pavilhâo da Mulher foram mais uns momentos agradáveis de partilha das nosssas vivências, da nossa ideologia e da confiança num futuro que será, um dia, mais risonho, justo e fraterno em todo o mundo.
A homenagem que te posso prestar é um poema de Eugénia Cunhal no livro "Silêncio de vidro", na página 47.

"XIX

Não! Não me venham falar de laços de sangue e de tempo
Como os únicos capazes de unir um ser a outro ser.
Se assim é,
Porque sinto eu este desejo imenso
De abrir os braços e chegar a todas as crianças da terra?

E porque sorri tão docemente
À mulher que ao pé de mim passou, por acaso, esta manhã?"

(...)

Até sempre camarada!...














segunda-feira, 21 de maio de 2012

Justiça para todos


Esta canção de Pete Seeger, com a música de uma canção popular americana "My Bonnie is over the Ocean", tem uma letra simples, mas carregada de força e verdade. Refere a necessidade de se lutar com todas as armas que temos nas mãos para que a segurança social e a justiça sejam as prioridades da atualidade em Portugal e em todo o Mundo.

My children are seven in number

"My children are seven in number
We have to sleep four in a bed
I'm striking with my fellow workers
To get them more clothes and more bread

Chorus:
Shoes, shoes we are striking for pairs of shoes

Pellagra is cramping my stomach
My wife is sick with TD
My babies are starving for sweet milk
Oh there's so much sickness for me

Chorus:
Milk, milk we're striking for gallons of milk

I'm needing a shave and a haircut
But barbers I cannot afford
My wife cannot wash with soapsuds
And she had to borrow a board

Chorus:
Soap, soap we're striking for bars of soap

My house is a shack on the hillside
Its floors are unpainted and bare
I have n't a screen to my windows
And carbide cans do do for a chair

Chorus:
Homes, homes we're striking for better homes

They shot Barney Graham our leader
His spirit abides with us still
The spirit of strength for justice
No bullets have power to kill

Chorus:
Barney, Barney we're thinking of you today

Oh miners go on with the Union
Oh miners go on with the fight
For we're in the struggle for justice
And we're in the struggle for right

Chorus:
Justice, justice we're striking for justice for all."


...E são as necessidades básicas que começam a escassear numa grande parte das famílias portuguesas...

sábado, 19 de maio de 2012

Parabéns, minha Mãe, pelos teus bonitos 80 anos

Para ti que foste e és uma Mulher lutadora, interventiva e sempre presente, aqui vão dois poemas de Maria Teresa Horta do livro "Mulheres de Abril", que traduzem o que sinto... Este livro foi o Eduardo que me ofereceu no nosso 1º aniversário em junho de 1978.

Mulheres de Abril

Mulheres de Abril
 somos
mãos unidas

certeza já acesa
em todas
nós

Juntas formamos
fileiras
          decididas

ninguém calará
a nossa
           voz

Mulheres de Abril
somos
mãos unidas

na construção
operária
do país

Nos ventres ferteis
a vontade
                erguida

de um Portugal
que o povo
                  quis



Mulheres do Meu País

Deu-nos Abril
o gesto e a palavra

fala de nós
por dentro da raiz

Mulheres
quebrámos as grandes barricadas
dizendo: igualdade
a quem ouvir nos quis

E assim continuamos
de mãos dadas

O povo somos:
mulheres do meu país



E para terminar...  Um beijo de Parabéns, Mamã

sexta-feira, 20 de abril de 2012

25 de Abril Sempre, Fascismo Nunca Mais!

Estou, hoje, sozinha em casa. Depois de tarefas de estudo e de manutenção da casa liguei a televisão, mas a televisão é tão fraca... Procurei um DVD e encontrei "Ary do Santos - Poeta da Revolução" que foi editado na Festa do Avante quando se comemoram 20 anos da sua morte.

"(...)
E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
(...)
volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu"

Sou militante comunista com muito orgulho, de coração e de convicção. O PCP é a única força que sempre lutou por um Portugal mais justo, livre e soberano. É a única força que reconheço e em que me revejo.
Portugal, de novo ameaçado, vive atropelos de que não há memória, apesar de já terem vindo a acontecer há muito tempo, com os sucessivos governos de direita das últimas décadas.
Por isso eu estarei lá nas comemorações do 25 de Abril de 1974. Essas comemorações são também uma tomada de posição na luta contra o galopante desemprego, o ataque insensível ao Serviço Nacional de Saúde, a contínua destruição do tecido produtivo...
Por isso estarei lá participando com mais comunistas e com o povo que se manifestar...
Queria pôr um cravo vermelho no que estou a escrever, mas não fui capaz e agora tenho pouco tempo para procurar melhor... Já perdi o texto que tinha escrito antes. Reescrevi este no mesmo sentido.

25 de Abril Sempre, Fascismo Nunca Mais!

Solidariedade com o Projeto da Escola da Fontinha

Foi com indignação que ontem vi, na televisão, as notícias da intervenção policial sobre as pessoas que, a partir do encerramento de uma escola, dinamizaram um projeto comunitário em que a população da freguesia de Santo Ildefonso do Porto só teria a ganhar porque tiravam as crianças da rua, participando com atividades, entre outras, de apoio às tarefas escolares. Tentavam que todas as pessoas daquela comunidade se envolvessem...
A Câmara Municipal do Porto, na pessoa do Presidente Rui Rio, manda dizer que aquele grupo não queria pagar 30 euros por mês. Mas que mentira! Porque não disseram a verdade toda. Não disseram que essa renda seria só até junho. Claro que até junho seria um fim anunciado... Assim, com estas manobras Não! Claro que Não porque as pessoas, mesmo com poucos recursos, acreditam na justeza das suas atitudes e por isso são firmes e por isso resistem e continuam a lutar...
Sei que as forças políticas, quer na Assembleia Municipal (CDU e BE), quer como vereador(CDU), sempre estiveram com esta iniciativa e que o que aconteceu foi à revelia do vereador da CDU. Isto mostra que estes grupos não têm força porque porque têm poucos eleitos e a Câmara Municipal do Porto continua a ter atitudes contra o povo...permitindo que fique um edifício vazio, desaproveitado e desmantelado, destruido pelas forças policiais e uma população cada vez mais desprotegida...
A minha indignação não fica isolada porque continuo também a lutar dentro das minhas organizações e das minhas possibilidades para que Portugal possa de novo reencontrar a Justiça Social.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

"Pas Difficile" (1986) de Anne Sylvestre

Pas Difficile

Se retrouver dans la rue
Pas difficile
Honteux de sa main tendue
Pas difficile
C'est comme l'envers d'un jeu
Une cascade
Où on glisse peu à peu
Dégringolade
Il suffit d'un matin gris
Bien ordinnaire
D'une lettre qui vous dit
Y'a rien à faire
On ne peut plus vous garder
On ne peut plus vous loger
On ne peut plus vous aimer
Il faudra vous débrouiller
Seul

Quand ça commence
La malchance
Ça vous ballance
Drôle de danse
J'y pense

Dormir sur un coin de quai
Pas difficile
Une inscription à la craie
Pas difficile
Plus de maison plus de chaud
Et plus de place
On ne donne pas de boulot
à cette crasse
Plus de boulot plus de sous
Et plus de piaule
C'est une histoire de fous
Pas vraiment drôle
On ne peut plus vous laisser
Car le métro va fermer
On ne peut rien vous donner
Pour que vous alliez saoûler
Seul

Quand ça commence (...)

Se retrouver en prison
Pas difficile
Votre mère avait raison
Pas difficile
Prendre un  peu ce qui est là
Qui fait envie
Et qu'on vous donne pas
Vive la vie
Ou glisser sans le savoir
Drôle de drame
Au filet du désespoir
Pour quelque grammes
On ne peut pas vous donner
On ne peut pas vous soigner
On ne peut pas vous pardonner
Faudra vous habituer
Seul

Quand ça commenca (...)

Passer sans se retourner
C'est trop facile
Dire qu'on n'a pas à donner
C'est trop facile
Penser qu'on est différent
Parce qu'on est propre
Quand le malheur mécontent
Nous apostrophe
C'est ignorer qu'un matin
Demain peut-être
On peut la tenir en main
La triste lettre
On ne peut plus vous garder
On ne peut plus vous loger
On ne peut plus vous aimer
Il faudra vous débroullier
Seul

Quand ça commence (...)

"Pas difficile"



Esta canção de Anne Sylvestre é uma abordagem à miséria que se vive em toda a Europa.
Foi na Aliança Francesa do Porto, onde sou aluna, que o meu professor nos apresentou esta cantora francesa e na turma analisámos, através da letra da canção, as condições de vida cada vez mais agravadas pelo galopante desemprego que vivemos em Portugal, mas também em toda a Europa.
É uma canção de 1986, mas atualíssima, nos dias de hoje, em pleno século XXI.
É um alerta, com alguma melancolia e certa desilusão perante esta realidade.
Eu sei que é pela luta que as transformações sociais virão e acerdito que uma vida mais justa pode ser vivida, mas também tenho os meus momentos de desilusão... E até tenho participado nas lutas que se têm organizado.
Mostra o drama dos "sem abrigo"... que serão cada vez mais se as políticas não mudarem.
Haver povos em que uma grande parte da população vive em condições degradantes e alguns são"salvos" pela corrupção e as fugas aos impostos... é uma vergonha!...
Não é preciso haver uma sociedade muito rica... É urgente uma melhor distribuição da riqueza de modo a que a saúde, a educação e as necessidades básicas sejam realmente asseguradas a todas as pessoas.


Há tanto tempo que não escrevo!...

Pois é !...
Há muito tempo que não escrevo no meu Blog(uito)...
Vou tentar ser um pouco mais sistemática porque até tenho muito que escrever, mas nem sempre a minha disponibilidade é compatível...
Vou escrever mais... vou tentar...