quinta-feira, 8 de julho de 2010

Matilde Rosa Araújo

Na minha infância conheci alguns dos seus poemas do livro "O livro da Tila". Levei os seus livros para as escolas onde trabalhei... e com as crianças leram-se, declamaram-se, mimaram-se alguns poemas...
Hoje sinto que se perdeu mais uma grande Mulher do nosso país.
As pessoas nunca partem porque permanecem!
E agora um poema de Matilde Rosa Araújo. Há tantos!...
Mas este é nostálgico não pela infância perdida, mas pelas boas recordações dessa mesma infância... A tristeza está na impossiblidade de se repetirem determinados acontecimentos... A alegria está em preencher a vida de uma forma útil e isso aconteceu com esta grande Mulher.

Cavalinho, cavalinho

Cavalinho, cavalinho,
Que baloiça e nunca tomba:
Ao montar meu cavalinho
Voo mais que uma pomba!

Cavalinho, cavalinho,
De madeira mal pintada:
Ao montar meu cavalinho
As nuvens são minha estrada!

Cavalinho, cavalinho,
Que meu pai me ofereceu:
Ao montar meu cavalinho
Toco as estrelas do céu!

Cavalinho, cavalinho,
Já chegam meus pés ao chão:
Ao montar meu cavalinho
Que triste meu coração!...

Cavalinho, cavalinho,
Passou tempo sem medida:
Tu continuaste baixinho
E eu tornei-me tão crescida.

Cavalinho, cavalinho,
Porque não cresces comigo?
Que tristeza, cavalinho,
Que saudades, meu Amigo.

Um comentário:

Graciete Rietsch disse...

Olga que coisa bonita escreveste!!!
E que belo poema escolheste. Um pouco triste e nostálgico, mas que traduz bem a angústia do crescimento.
Um beijo muito grande.